O que o transporte por caminhões representa para o Brasil: Qual o peso do setor rodoviário de cargas na economia brasileira?

22 de dezembro de 2020
O que o transporte por caminhões representa para o Brasil: Qual o peso do setor rodoviário de cargas na economia brasileira?

Entre as principais economias globais, não há um país mais dependente do setor rodoviário do que o Brasil. Cerca de 75% de toda a carga movimentada em território nacional passa pelas estradas – na China, outro país de dimensão continental, por exemplo, esse número é de 43%.

Essa grande dependência ao modal rodoviário não chega a ser uma novidade. Nas últimas greves dos caminhoneiros ocorridas há alguns anos, toda população conseguiu sentir o quanto o trabalho dos profissionais da estrada impacta a rotina do país.

Mas, o quanto isso representa de fato para a economia brasileira? Por que isso acontece? Para entender mais sobre o assunto, continue lendo e confira o nosso panorama sobre o peso do setor rodoviário na economia brasileira.

Boa leitura!

Por que o Brasil é altamente dependente do setor rodoviário?

Considerando a realidade de outros países de tamanhos parecidos com o Brasil, podemos dizer que ainda estamos aquém do nosso potencial. Com um modal ferroviário praticamente inexistente e modais aéreo e hidroviário limitados, o setor rodoviário assume sozinho o papel de protagonista no escoamento da produção. Mas, por que isso acontece?

Para entender como chegamos a essa realidade é preciso voltar no tempo e explorar a história do nosso país, mais precisamente a partir do século XIX.

Em 1854, no Rio de Janeiro, foi inaugurada a primeira ferrovia do país, alavancando de vez tanto o transporte de mercadorias quanto de passageiros por vias terrestres. Isso aconteceu pois os governantes da época entendiam que o modal ferroviário era a melhor opção para um país de dimensões tão grandes.

Os anos seguintes seguiram da mesma forma, com altos investimentos sendo feitos e a expansão das ferrovias acontecendo de maneira gradativa.

Mas tudo começou a mudar no início do século XXI, já no governo de Washington Luís. Por ser um entusiasta do modal rodoviário, o presidente começou a focar muito mais na construção de estradas e rodovias.

Com os seus sucessores, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek não foi diferente, deram vez e voz ao modelo de transporte por rodovias. Com a chegada das montadoras ao país, os investimentos na expansão rodoviária só aumentaram.

Com o regime militar à frente de nosso país, as ferrovias foram deixadas de lado, sendo totalmente priorizado o modelo de transporte rodoviário.

Após a redemocratização nada mudou, e as estradas se tornaram a principal opção para a movimentação de cargas em território nacional.

Qual o peso do setor de transportes de cargas na economia brasileira?

Analisando as decisões tomadas pelos governantes no passado fica fácil entender o porquê de o escoamento de 75% de toda produção nacional acontecer pelas rodovias, de acordo com a pesquisa Custos Logísticos no Brasil, da Fundação Dom Cabral. Porém, ainda é possível se aprofundar mais nos dados.

Hoje, há cerca de 2 milhões de caminhões rodando no Brasil, com mais de 60% desse número sendo de profissionais autônomos, segundo dados informados pela consultoria NTC & Logística. Se tratando de empresas, são quase 12 mil cadastradas como transportadoras rodoviárias.

Em termos de economia, segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), entre 2009 e 2018 o setor rodoviário de cargas movimentou mais de 480 bilhões de reais, número equivalente a 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Todas essas informações, por si só, mostram a relevância do modal para o país. Porém, muito além dos dados, estão os fatos que puderam ser comprovados por todos os brasileiros durante a pandemia.

Foi durante o período mais crítico da pandemia, onde muitas atividades foram suspensas, que ficou claro o peso do modal rodoviário para o país. A dependência foi tão grande que o governo federal adicionou o trabalho dos caminhoneiros aos serviços essenciais, juntamente com a segurança, saúde e alimentação.

Com isso, obrigatoriedades foram retiradas e cobranças de multas foram suspensas só para garantir que os caminhoneiros tivessem a máxima liberdade de rodar pelas estradas do país e assegurar o abastecimento da população durante a crise sanitária.

Por fim, o setor rodoviário é o único modal existente no país que consegue entregar a mercadoria na porta do usuário final. E, em médio prazo, dificilmente esse cenário tem chance de mudar. Por isso é importante que o caminhoneiro seja valorizado e se auto valorize, tendo reconhecimento de que o seu trabalho é fundamental para a economia do país e para o abastecimento de insumos de todos os setores. Somos extremamente gratos aos nossos parceiros caminhoneiros e dedicamos todos os nossos esforços para lhes proporcionar mais conforto e liberdade na estrada, pois são vocês que fazem a diferença em toda engrenagem econômica de nosso país!

Gostou do artigo? Continue no nosso blog e confira agora algumas dicas para a segurança do caminhoneiro.

 

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